Os últimos anos têm sido marcados por um acentuado aumento da intolerância, extremismo e violência em todo o mundo. Esta inquietante tendência é estimulada, em parte, pela crescente tendência para definir as diferenças em termos de identidade e não em termos de opiniões ou de interesses.
Em consequência disso, indivíduos e comunidades inteiras são atacados e alvo de violência, simplesmente devido à sua origem étnica, religião, nacionalidade ou outra. Essas ameaças, que vão desde genocídio em grande escala até humilhações provocadas pela intolerância diária, deveriam ser um motivo de preocupação para todos. Cada um de nós deve esforçar-se por defender os princípios da tolerância, do pluralismo, do respeito mútuo e da coexistência pacífica. Deve-mos estar dispostos a corrigir estereótipos e preconceitos e a defender as vítimas de discriminação.
O combate à intolerância passa, em parte, por garantias jurídicas. O direito à liberdade de culto e o direito à não-discriminação por motivos religiosos estão há muito consagrados no direito internacional e muitos países incorporaram-nos na sua legislação nacional.
Mas o direito é apenas um ponto de partida. Toda e qualquer estratégia destinada a facilitar o entendimento, deve assentar na educação. Há que aprender a conhecer as diferentes religiões, tradições e culturas, para que os mitos e distorções possam ser vistos como aquilo que são. Devemos criar oportunidades para os jovens, oferecendo- -lhes uma alternativa credível ao canto da sereia, do ódio e do extremismo. E é preciso que, ao mesmo tempo que protegemos a liberdade de expressão, nos esforcemos para impedir que os meios de comunicação sejam usados para propagar o ódio e humilhar as pessoas. Nada disto acontecerá se personalidades influentes e institucionais públicas não chamassem a si essa tarefa. Pelo seu lado, a ONU, que realizara, desde há muito, uma série de actividades de promoção e protecção dos direitos humanos, institui uma “Aliança de Civilizações”, destinada a atenuar as divergências e a superar os preconceitos e a polarização que constituem uma ameaça potencial à paz mundial.
Mas às iniciativas públicas devem formar-se em esforços individuais. Assim, neste Dia Internacional da Tolerância, reafirmemos que a diversidade de ideias, de convicções e de maneiras de agir e um dom precioso e não uma ameaça e procuremos construir comunidades mais tolerantes, imbuídas dessa ideia.
Extremismo – adopção de teorias extremas
Étnica – relativa aos habitantes de uma religião ou país
Genocídio – destruição metódica de um grupo étnico ou de uma raça pelo extermínio dos seus indivíduos
Pluralismo – doutrina teórica
Coexistência – existência simultânea
Estereótipo – impressão ou obra impressa numa chapa de caracteres fixos
Discriminação – separação
Mito – narrativa fabulosa de origem popular; coisa inacreditável
ONU (sigla) – Organização das Nações Unidas
Divergência – acto ou enfeito de divergir
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