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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A cobra-lisa-bordalesa


A cobra-lisa-bordalesa (coronella girondica) mede aproximadamente 70 centímetros, é uma espécie não ameaçada e, em Portugal, existe em praticamente todo o território, embora em núcleos populacionais fragmentados. Habita essencialmente em locais semi-áridos e rochosos.
É um animal grácil e delicado, de pequeno tamanho. Tem uma cabeça pequena, mas bem diferenciada do corpo, onde possui uma banda escura entre o olho e a comissura bucal. Na região posterior à cabeça apresenta uma mancha mais escura em forma de U, com a convexidade virada para a cauda. Possui um focinho proeminente e arredondado na extremidade. A coloração dorsal é geralmente acastanhada, com manchas ou barras mais escuras dispersas por todo o dorso. Na zona ventral é esbranquiçada ou amarelada, por vezes mesmo alaranjada, podendo apresentar pequenas manchas escuras.
É uma cobra de hábitos essencialmente crepusculares e nocturnos, embora possa ser observada em actividade durante o dia, especialmente com tempo nublado e principalmente às primeiras horas da manhã, altura que aproveita para se aquecer ao sol. Quando a temperatura aumenta, regressa ao seu refúgio, normalmente bem aquecido pelo sol, e passa o resto do dia escondida, aguardando o cair da noite para iniciar a sua actividade de caça. É uma cobra tímida, dócil e de movimentos normalmente lentos. Após a ingestão de alimentos mostra-se particularmente passiva, podendo nessa altura ser observada calmamente ao sol, a fazer a digestão. O seu período de hibernação está compreendido entre Outubro e Março, onde se refugia em cavidades naturais, nomeadamente fendas de pedras e raízes de árvores e arbustos.
Trata-se de uma espécie ovípara. Acasala normalmente entre Maio e Junho e as posturas, habitualmente entre 5 e 10 ovos, ocorrem em Julho. A incubação dura cerca de mês e meio a dois meses e os ovos são alongados, lisos e esbranquiçados.
A sua dieta consiste, essencialmente, em lagartos, osgas, cobras-de-pernas e pequenas cobras.
São predadas por rapinas, outras cobras, javalis e pequenos carnívoros.
É uma espécie pacífica cuja mordedura é rara e inofensiva. O seu principal meio de defesa é a libertação de uma substância de cheiro desagradável que expele pela cloaca.

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