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terça-feira, 20 de abril de 2010

Os Jogos Olímpicos Modernos

Os Jogos Olímpicos compõem um evento desportivo que ocorre a cada quatro anos, e que reúne atletas de quase todos os países do mundo, para competirem em várias categorias de desporto como, por exemplo, o Atletismo, a Natação ou a Ginástica. Aos três primeiros classificados de cada prova, são atribuídas medalhas de ouro (primeiro classificado), prata (segundo classificado) e bronze (terceiro classificado). O período decorrido entre duas edições dos Jogos Olímpicos chama-se Olimpíada.
Após o imperador cristão Teodósio I em 393 ter proibido os Jogos Olímpicos, em 1896, um aristocrata francês, Barão de Coubertin, recuperou-os tentando reavivar o espírito das primeiras Olimpíadas. Ele pensou que se os Jogos Olímpicos se voltassem a realizar, isso seria uma forma de celebrar a paz entre as nações. Nessa época, o seu país acabara de ser humilhado numa guerra-relâmpago com a Alemanha. Assim, ele lançou sucessivos apelos, tanto aos governos quanto às entidades desportivas dos países mais poderosos da Europa, para que voltassem a realizar essas competições, à semelhança daqueles da Antiguidade. Em 1892, num congresso na Sorbonne, o Barão consegue que alguns países se comprometam a enviar atletas para a primeira competição olímpica da Era Moderna, cujo local ainda seria decidido. Em 1894 é criado o Comité Olímpico Internacional (COI), entidade não-governamental que seria inicialmente presidida por Demetrius Vikelas e mais tarde pelo próprio Pierre de Coubertin. Inicialmente Coubertin desejava que os primeiros Jogos Olímpicos se realizassem em 1900 em Paris, mas ficou decidido que se realizariam antes em Atenas em 1896, o que inicialmente provocou alguns problemas, devido à dificuldade em obter apoio financeiro por parte do governo grego. Com o empenho do COI foi possível obter o apoio da Família Real da Grécia, principalmente do Príncipe Constantino, para que os primeiros jogos em Atenas se tornassem realidade (o sistema de rotatividade entre cidades do mundo só foi definido anos depois). Assim, em Abril de 1896, começam na capital grega os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna. Estes continuaram a ser realizados de quatro em quatro anos, tal como a tradição grega, e só foram interrompidos durante as duas Grandes Guerras Mundiais.
Inicialmente, os Jogos Olímpicos eram disputados apenas por atletas amadores. Entretanto, no fim do século XX, a competição foi aberta a atletas profissionais e crianças.
Dada a importância e a visibilidade dos Jogos para o mundo, estes têm também, nos últimos anos, sido usados como espaço para confrontos políticos e reivindicações.
Os Jogos Olímpicos, apesar de serem, em teoria, um evento para participação mundial, é inegável que as Olimpíadas possuam um carácter ainda centralizado no hemisfério norte, onde surgiram, e onde se localiza a maior parte dos tais “países desenvolvidos”. Não por acaso, as Olimpíadas são jogos de Verão, mas o Verão do norte, que vai de Junho a Setembro, quando os atletas têm calor suficiente para treinar e competir. Deixam de fora, assim, os chamados “desportos de Primavera”, que necessitam de neve para a sua realização, fundamentalmente. Para abrigar essas modalidades, o COI criou os Jogos Olímpicos de Inverno, disputados sempre no hemisfério Norte, anteriormente coincidindo com os quadriénios dos Jogos originais, que mais tarde (a partir de 1994) foi alterado, com diferença de dois anos entre cada evento.
Prosseguindo os projectos de abrir as modalidades olímpicas a todos os desportistas do mundo, o COI cria as Paraolimpíadas em 1952, dedicadas especificamente aos atletas com alguma deficiência física. De 1968 a 1984, esses Jogos Paraolímpicos foram realizados nas mesmas cidades dos jogos convencionais.
Curiosamente, nos Jogos da Antiguidade, os países abandonavam todo o conflito político-militar quando chegasse a época dos desportos. O próprio carácter internacional da competição teve início quando três reis de cidades-estado gregas assinaram um tratado de paz em Olímpia, prometendo enviar para lá, a cada quatro anos, os seus melhores atletas. O século XX fez com que essa tradição fosse invertida: os Jogos é que se interrompiam quando as guerras estouravam, e isso ocorreu três vezes até hoje (1916, 1940 e 1944). Essas duas guerras também viram morrer vários atletas, inclusive medalhistas, que se convertiam em soldados – continuavam disputando pelas suas bandeiras, mas a derrota nessa outra contenda é sempre inaceitável. A triste ironia faz parecer que os Jogos Olímpicos ainda precisam transcender o estatuto de instituição desportiva e passar a ser efectivamente uma força de união pacífica global – exactamente o desejo que o Barão de Coubertin deixou no seu testamento.
A bandeira olímpica é branca com cinco anéis entrelaçados. Foi idealizada por Barão de Coubertin em 1913. A primeira, de 3m x 2m, foi costurada na loja Bom Marché, em Paris, e fez a sua aparição oficial no ano seguinte. Mas só seria hasteada num estádio nos Jogos de 1920. Os anéis representam os continentes (azul, Europa; amarelo, Ásia; preto, África; verde, Oceânia; e vermelho, América). Com as cinco cores podem ser compostas por grande parte das bandeiras do mundo. Ao criar o símbolo dos jogos, as cidades devem usar anéis misturados a outros elementos. A bandeira traz também o lema olímpico “Citius, altius, fortius” (mais rápido, mais alto, mais forte), idealizado por um monge francês chamado Didon, o amigo do Barão de Coubertin, em 1890.
A chama olímpica é outro dos símbolos dos Jogos Olímpicos e é um símbolo que segundo a lenda Prometeu (deus) teria roubado o fogo a Zeus (deus) para o entregar aos mortais.
Existem centenas de desportos, e nem todos podem ser considerados como modalidades olímpicas, pelo que se encontrou um termo que permite seleccionar os que terão lugar nos Jogos Olímpicos. Actualmente, para um desporto ser considerado Olímpico tem que ser praticado por homens em pelo menos 75 países e em quatro continentes, e por mulheres em pelo menos 40 países e em três continentes.
Por sua vez, muitos dos desportos olímpicos subdividem-se em duas ou mais disciplinas, existindo ainda competições separadas para homens e mulheres.

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