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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A cobra-de-água-viperina

A cobra-de-água-viperina (Natrix maura) mede entre 60 a 70 centímetros, chegando no máximo aos 130 cm, é uma espécie não ameaçada e vive, em condições normais, cerca de 20 anos. Em Portugal, está presente em todo o território.
É uma cobra de tamanho mediano, com uma cabeça bem diferenciada do resto do corpo, e o focinho curto e arredondado. Apresenta um corpo cilíndrico, coberto dorsalmente por escamas carenadas. Tem um padrão de coloração dorsal muito variável, podendo apresentar uma cor de fundo acastanhada, amarelada, esverdeada ou acinzentada. Sobre este fundo possui uma série de manchas acastanhadas ou negras, que alternam na região médio-dorsal, formando um zigue-zague ou uma série de bandas transversais. Na cabeça, destacam-se uma ou duas manchas escuras em forma de V invertido. Apresenta um ventre de cor esbranquiçada, amarelada ou avermelhada, com manchas negras quadrangulares.
Encontra-se associada a habitats aquáticos, habitando principalmente junto de lagos, charcos, represas, pântanos, barragens e cursos de água.
É activa tanto de dia como de noite, e evita o excesso de insolação permanecendo dentro de água ou entre a vegetação das margens. Por norma, a actividade desta cobra é interrompida nos meses mais frios. A sua actividade pode desenvolver-se tanto em meio terrestre como em meio aquático, sendo esta uma espécie mais aquática, o que a torna menos ágil e veloz em terra. Trepa com relativa facilidade por arbustos e rochas. Pode frequentemente ser avistada a aquecer-se sobre pedras nas proximidades da água ou semi-submersas.
Existem normalmente duas épocas de reprodução nesta espécie, uma na Primavera e outra no Outono. No entanto, geralmente não se verifica qualquer postura neste último período pelo que os ovos resultantes da fecundação outonal são postos apenas na Primavera seguinte. O número de ovos é bastante variável, podendo ir desde 4 até 32. São depositados normalmente nas proximidades da água, sob pedras, entre as raízes de arbustos ou entre restos vegetais em decomposição que, ao fermentarem, produzem o calor necessário à incubação. Por vezes várias fêmeas elegem o mesmo local para realizarem a postura, pelo que, transcorrido o período de incubação, se produzem nascimentos massivos. Após o nascimento, os juvenis recém eclodidos procuram imediatamente a água.
A sua dieta é constituída por larvas e adultos de todo o tipo de anfíbios, bem como por um grande número de peixes pequenos, tanto de água doce como salobra. Esporadicamente capturam alguns micromamíferos e répteis. Sem qualquer tipo de veneno, engole as presas de uma assentada, morrendo estas por asfixia, já no interior do estômago.

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