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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A lagartixa-do-mato-ibérica

A lagartixa-do-mato-ibérica (Psammodromus hispanicus) mede, do focinho ao ventre, 5 cm. É uma espécie não ameaçada e vive à volta de 3 anos. Em Portugal, habita principalmente no Centro e Sul, estendendo-se pelo interior até às serras de Montesinho e da Nogueira.
É uma lagartixa de pequeno tamanho, apresenta uma cabeça curta e de aspecto robusto e escamas dorsais imbricadas, pontiagudas e claramente carenadas. A coloração dorsal de fundo pode ser esverdeada, acastanhada ou acinzentada. Apresenta várias listas longitudinais mais claras, normalmente esbranquiçadas ou verde-claras. Entre elas existem manchas mais escuras, formando por vezes bandas transversais. Na zona ventral, estes animais são esbranquiçados ou amarelados, podendo existir pequenas manchas escuras, particularmente na garganta e no pescoço.
Habita em áreas secas e abertas, preferencialmente em solos arenosos ou pouco compactos, com cobertura arbustiva baixa mais ou menos dispersa.
É uma lagartixa totalmente diurna e terrestre, ainda que, em caso de perigo ou simplesmente para procurar alimento, possa por vezes trepar a arbustos pequenos. Mais lenta que a espécie congénere, está bem adaptada à progressão na areia, enterrando-se nela com facilidade quando perseguida. Passa por um período de inactividade invernal, o que se enterra no solo, normalmente entre as raízes dos arbustos. Embora muito termófila, durante o Verão reduz a sua actividade nas horas de maior calor. Emite um pequeno grito agudo quando é agarrada, ao mesmo tempo que tenta morder o agressor. Por serem animais muito territoriais, os machos passam grande parte do seu tempo a perseguirem-se. Nesta espécie parece haver comportamentos de luta ritualizados. Entre os movimentos característicos dessa situação refere-se que os animais executam por vezes reviravoltas rápidas, golpeando a cabeça do adversário com a cauda.
A época de reprodução inicia-se pouco tempo após o final da hibernação e o período de acasalamento é normalmente em Março, e dura até entre Maio e Julho. É nesta altura que actividade da espécie é maior. Durante o acasalamento o macho corre atrás da fêmea mordiscando-a em diferentes partes do corpo. No entanto, as fêmeas são igualmente agressivas e respondem da mesma forma. As posturas são feitas a partir de Abril até Junho e são compostas por 2 a 6 ovos, sendo que as fêmeas podem efectuar uma a duas posturas anuais.
Alimenta-se principalmente de invertebrados de pequeno tamanho, destacando-se em particular as aranhas, escaravelhos, gafanhotos e formigas.

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