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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A cobra-de-escada

A cobra-de-escada (elaphe scalaris) mede aproximadamente 150 centímetros, podendo atingir os duzentos. É uma espécie não ameaçada e que vive aproximadamente dezanove anos. Em Portugal está presente em todo o território.
É uma cobra robusta e de grande tamanho. Com uma cabeça larga, bem diferenciada do resto do corpo, com focinho pontiagudo e proeminente relativamente à mandíbula inferior. Possui olhos pequenos, com pupila arredondada e íris de cor castanho-escuro. O seu dorso apresenta duas linhas escuras longitudinais, sobre uma coloração de fundo acastanhada, amarelada ou ligeiramente rosada. Apresenta pequenas manchas escuras na cabeça e na zona de sutura das escamas labiais, e possui frequentemente uma banda escura desde a parte posterior do olho até à comissura da boca. Na zona ventral, apresenta tons esbranquiçados, acinzentados ou amarelados, sobre os quais podem aparecer manchas escuras.
Habita numa grande variedade de biótipos, existindo preferencialmente em áreas secas e expostas. Encontram-se em zonas de matos, clareiras de bosques caducifólios ou de pinhais, e campos agrícolas, podendo existir também em meios rurais e urbanos, sobretudo em muros de pedra, ruínas ou telhados de habitações.
É uma espécie de hábitos essencialmente diurnos, mas durante os meses mais quentes pode exibir também alguma actividade crepuscular e nocturna, sobretudo em busca de alimento ou de um par para acasalar. Passa por um período de inactividade invernal. Extremamente voraz, ao encontrar um ninho de roedores é capaz de engolir um deles enquanto mantém mais duas ou três crias semi-estranguladas com o corpo, as quais engole de seguida, uma a uma, com inusitada rapidez.
A sua reprodução ocorre desde o final da Primavera até meados do Verão. A agressividade da espécie pode ser observada também durante o acasalamento, pois em certas ocasiões, no acto da cópula, o macho chega a morder a fêmea no dorso. As fêmeas depositam entre 4 a 24 ovos, normalmente debaixo de pedras, em tocas abandonadas de micromamíferos ou em buracos por si cavados.
A sua dieta baseia-se no consumo de micromamíferos, diversos répteis (sobretudo a lagartixa-mato-comum, a lagartixa-de-dedos-dentados e o sardão), juvenis de coelho-bravo e lebre e várias aves, destacando-se neste caso a sua acção predadora sobre os ninhos.

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